11
Mar08
Em Abrantes, como dantes.
Rui Vasco Neto
César Baptista, 31 anos, é testemunha num processo de agressão que corre no Tribunal de Abrantes. De cada vez que lá vai, chamado a depor, espera cá fora, na base da escadaria. Se chove, chove, se faz sol sempre é melhor. Hoje esperou apenas três horas pela sua vez, mas teve sorte: não choveu. E, na impossibilidade da testemunha aceder à sala de audiências, foram os juizes a decidir trazer a audiência para a rua, onde o tribunal efectuou a diligência ... à porta do tribunal.
De referir que o Tribunal de Abrantes é um dos incontáveis edifícios públicos (câmaras municipais incluídas) que não dispõem de rampas de acesso para deficientes, nem na entrada nem nos acessos internos, embora disponha de lugar para deficientes no estacionamento. Só não podem é entrar. Em Junho do ano passado, uma advogada em cadeira de rodas foi transportada em peso por quatro funcionários. Hoje, para evitar a maçada, a justiça desceu as escadas e veio julgar a céu aberto. Na rua. Em Abrantes, Portugal, Europa, no dia onze de Março do ano dois mil e oito.