Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Sete Vidas Como os gatos

More than meets the eye

More than meets the eye

Sete Vidas Como os gatos

29
Ago08

Simplesmente Genial!

Rui Vasco Neto

Cá para mim eu vejo assim: há o 'normal', que nivela a zeros, depois há para baixo e para cima, certo? Se é para baixo desce do 'quase aceitável mas mauzito' para o 'mau mesmo', 'péssimo', 'execrável', 'merdoso' e por aí fora, quer dizer, por aí abaixo. Se é para cima é bem melhor e mais agradável a gradação. Começa no 'bom' da palmada nas costas e pronto, tá a andar, passa ao 'óptimo', já cá sem palmadas, antes um mirar de interesse e respeito, e daí para cima é um verdadeiro consolo seguir e descobrir o que é 'genial' ou mesmo o raro 'sublime', apenas por exemplo, que lá tão no alto nem o céu é limite para o genuíno talento de um artista.

 

Vem esta conversa toda a propósito destes dez minutos de puro talento, genial e sublime e por aí fora, quer dizer, por aí acima, sem limite que eu consiga vislumbrar depois de ver três vezes e ainda querer mais e mais. A história de "Achmed, the dead terrorist" é do humor mais requintado e conseguido que eu já vi, mesmo considerando que a minha referência natural de ventriloquismo é o José Freixo a fazer o Donaldinho nos programas do Júlio Isidro. "Bom dia Donaldeeee!!", diza o Zé, "Bom dia Zéééééé!!" dizia o Donald, cinco vezes, seis, sete e a gente ria-se muito e silabava ven-trí-lo-quo para aprender a dizer bem e depressa. Pois bem, Achmed, the dead terrorist, ou antes "Premature detonation & 72 virgins", título original desta prestação hilariante, é um outro assunto completamente diferente e sem qualquer comparação possível. Isto embora o humor boçal pudesse dizer que "é como comparar o cú com a feira de Castro", uma alusão que eu nunca atingi na totalidade mas que aqui se aplicaria na perfeição.

 

Achmed, the dead terrorist é um raro prodígio de gargalhada. O que é logo surpreendente à partida, se pensarmos no tema escolhido para fazer rir o mesmo público-alvo do terror. Mas Jeff Dunham conquista a plateia logo à chegada com este seu Achmed, que começa por ser um boneco brilhante na sua concepção estética e linguagem visual. A imagem de um vulgar e estafado esqueleto, em tosco, ganha vida e uma personalidade carismática com a animação de apenas dois pequenos adereços: olhos e sobrancelhas. O resto é história, ou melhor, a história, os textos perfeitos, com uma surpreendente margem de manobra e salvaguarda da ténue linha que demarca e define o bom gosto ao brincar com terrorismo. As vozes, perfeitas também, os movimentos da mão que anima, idem. O timming exacto, impecável, nem de mais nem de menos, o difícil equilíbrio do riso e do siso no conseguido ponto G.

 

De 'Genial', claro.

1 comentário

Comentar:

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Sete vidas mais uma: Pedro Bicudo

RTP, Açores

Sete vidas mais uma: Soledade Martinho Costa

Poema renascido

Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2009
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2008
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2007
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D