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Sete Vidas Como os gatos

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Sete Vidas Como os gatos

09
Set08

O ‘feedback’ do ‘self-checkout’

Rui Vasco Neto

Para mim é um facto, de que a blogosfera veio fazer prova final e não passível de discussão: há muito boa gente a escrever muitíssimo bem no nosso país, muita pena desconhecida do grande público capaz de produção de excelência, em cada um dos vários mundos que compõem o universo imenso da língua portuguesa. Diferentes formas de comunicar, descrever, informar, reflectir, dissertar, reportar, transmitir, enfim, escrever usando de base um mesmo instrumento comum, o único para todas as variantes e registos. Esse mesmo instrumento de que hoje nos fala Pedro Correia, jornalista do DN e um dos titulares do Corta-Fitas, blogue de referência obrigatória (cá da casa e não só). Profissional duplamente atento, ao que se passa no jornalismo e também ao que vai acontecendo na blogosfera, que segue e promove como poucos, Pedro Correia não podia faltar nesta mesa de amigos que por aqui se vão juntando por ocasião deste primeiro aniversário do 7Vidas. Curiosamente foi ele a primeira pessoa a dar-me as boas vindas ao meio, num dos seus 'postais blogosféricos' que certamente já esqueceu, eu é que não. Faz agora um ano.

 

Em baixo: "O feedback do self-checkout"

Sete vidas mais uma: Pedro Correia

 

 

“Agora, uma viagem aérea pode ser comprada e o check in feito em máquinas automáticas on line. Já é possível em vários estabelecimentos comerciais usar caixas automáticas, em que é o próprio cliente a registar as suas compras em scanners de códigos de barras e a fazer o pagamento. Com o self-service, as empresas tornam-se mais competitivas. Há já o exemplo dos call centers. E há outras vertentes. A primeira é a apetência que um certo grupo de consumidores, os early adopters, tem por experimentar e testar novas formas de oferta. E apenas 5 por cento de clientes de supermercados se recusaram a utilizar serviços de self-checkout. O feedback dos clientes é muito positivo porque o self-checkout permite uma passagem em caixa mais rápida, sendo que o sistema é user-friendly. Mas falta ainda uma espécie de incentivo, como um voucher que desse descontos, e colocar pequenos chips nos produtos, cuja informação pode ser lida automaticamente.”


Este texto de leitura tão penosa resulta de uma montagem de frases que fiz, todas extraídas de um artigo saído recentemente num dos principais jornais portugueses. Um artigo que demonstra pelo menos duas coisas. Por um lado, a vontade de comunicar com o leitor, da parte de alguns jornalistas, é mínima – o que me deixa perplexo. Por outro, sem que quase nos apercebamos disso, é cada vez mais evidente que os nossos jornais começam a ser escritos com frequência numa espécie de crioulo luso-americano, povoado de termos de importação tecnocrática que se pretende transpor a martelo para o discurso comum.


É feio. E triste. E é sobretudo muito sintomático de um certo provincianismo mental português. Que pode aparecer com um verniz modernaço mas que é quase tão antigo como a fundação da nossa nacionalidade.

 

Pedro Correia

(do blogue Corta-Fitas)

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