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Sete Vidas Como os gatos

More than meets the eye

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Sete Vidas Como os gatos

29
Nov08

O estoiro da manada

Rui Vasco Neto

Foi profusamente anunciado durante a semana, para que ninguém faltasse à chamada. «As 50 primeiras pessoas a chegarem ao mercado de escoamento de stocks - Stockmarket -, na Fundição de Oeiras, no sábado às 12:00 trajando apenas uma tanga voltam para casa vestidas da cabeça aos pés sem gastarem um tostão.» O tal sábado era hoje e assim aconteceu, aparentemente terá corrido tudo bem, já vi as notícias, não se registaram quaisquer incidentes com excessos de entusiasmo por parte da clientela. Perguntarão os senhores se era suposto ter havido, talvez. Mas só o farão aqueles que não leram esta notícia, segundo a qual um funcionário da conhecida cadeia Wal Mart morreu ontem em Nova Iorque, esmagado pelos clientes da loja que acorreram em massa ao primeiro dia de saldos nos Estados Unidos, a tradicional 'Sexta-Feira Negra’ que todos os anos se celebra no dia seguinte à quinta-feira de Acção de Graças.

 

Segundo a Polícia, um dos empregados, contratado através de uma empresa de trabalho temporário só para esta altura, foi arrastado no momento de abertura por cerca de 200 clientes e espezinhado até à morte, que ocorreu ainda no local. E apenas uma hora depois do incidente outras três pessoas ficaram feridas e uma mulher grávida foi hospitalizada, tudo em resultado de novas histerias. E por mais inacreditável que possa parecer tudo isto se passou com pessoas, seres humanos, educados, condicionados desde o berço para viverem em sociedade com outros seres humanos, partilhando espaços comuns. Não se passou com animais, por definição irracionais. Até porque toda a gente sabe que os animais não podem entrar nas lojas, exactamente porque não se sabem comportar.

29
Nov08

Só pode ser! Não há outra explicação.

Rui Vasco Neto

Desta vez Fernanda Câncio terá ido longe demais, extravasou. Só pode ser. Leiam esta sua crónica, 'O segredo dos jornalistas', hoje publicada no DN e digam-me se aqui não se aplica o tal direito à indignação que um dia o Dr.Mário Soares foi desencantar à fímbria de um qualquer subentendimento optimista da nossa Constituição. O caso é sério, diga-se.

 

Então não quer aquela jornalista fazer-nos acreditar que aquele episódio que nos relata aconteceu de facto, que aquilo é real quando só pode ser ficção? Vejamos, quero acreditar que a entidade que superintende a minha cédula profissional não pode fazer aquelas figuras, que a Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas significa outra realidade, que é suposto haver por ali vapores da noção do que é jornalismo, do que são jornalistas. Tratar-se-á por isso de um mal-entendido, seguramente. Ou então la Câncio terá extravasado, vulgo 'passou-se', enfim, também é uma hipótese, seja remota. Afinal, se "nestes oito anos de funcionamento da Comissão nunca um jornalista questionou o seu modo de funcionamento", porquê então começar agora e estar a incomodar os senhores com perguntas, para mais se é segredo e tudo? Enfim, também terá a sua lógica, dirão de lá alguns.

 

Pois bem, não fôra o caso de ter entrado em vigor há pouco mais de dois meses o novo estatuto disciplinar dos jornalistas, novas regras da classe, e eu cá tossicava e seguia, cofiando pontas e ronronando a minha perplexidade num suave Hum e nada mais. Seria tudo. Não me esticaria assim sobre esta impossibilidade prática, porque sim, d''o segredo dos jornalistas' narrar um episódio real que realmente mostre a realidade desta Comissão, se é que me faço cacoentender. Uma Comissão que agora dispõe de novas competências de foro disciplinar, que podem, em extremo, decretar a suspensão da actividade profissional de um jornalista até doze meses, recordo, já que falamos no assunto. Ora é por demais evidente que um organismo destes só pode ser transparente e pronto na resposta quando legitimamente questionado, mesmo se posto perante 'a perplexidade algo irritada da jornalista, que lhe lembra que a Comissão é um organismo público e que é normal um jornalista poder saber onde podem ser contactados os seus membros'.

 

Daí aquele meu alvitre inicial, fechando esta pescadinha de conversa: desta vez Fernanda Câncio terá ido longe demais, destemperou, destampou-se. Só pode ser visto assim. Ou digam-me os senhores, público em geral, jornalistas em particular: acham possível que tenha sido o contrário?

27
Nov08

Até lá, nada a dizer.

Rui Vasco Neto

Quanto mais leio as notícias menos me apetece escrever sobre elas. Tenho dito. E não fora este desabafo me sair tão natural que os meus dedos ter-se-iam por certo recusado a apalpar teclas a esta hora para vos dar o recado, por mais prazer que a coisa dê depois de feita. Sim, é quase como o sexo, que dizem chegar a um ponto da existência em que terá alturas cujo prazer não justifica o esforço dispendido para lá chegar, para não falar na posição, que pode ser bastante incómoda se nos concentrarmos na própria e não no propósito que deveria servir. Tudo isto dizem, claro. Mas mesmo assim continua inigualável como actividade lúdica e imbatível na relação preço/qualidade, digo eu. Não, não sai barato, a vida é que está muito cara, queria eu dizer.

 

Seja como for vinha só dizer-vos o que já disse, que nada tenho a dizer. E pronto, está dito. Escusam por isso de me vir falar da nova gaffe da doutora Manuela, de mais um ou dois banqueiros presos, árbitros comprados, meninos enrabados, conselheiros desaconselháveis ou doentes acabados à espera, que isso é apenas Portugal no dia-a-dia, meros detalhes de uma normalidade já comentada por baixo e por cima e pela direita e pela esquerda e por todos os lados, o a da asneira incluído e com natural destaque. Que esperam que eu diga, se a natureza humana pouco muda a marca que deixa em cada acontecimento a que se dedica? Comentar os pormenores repetindo o óbvio? Não, obrigado. Ando de birra com o disparate dos outros, explica em demasia o meu próprio, mesmo reduzido à escala. Não tenho nada a dizer e acabou-se. Por isso o deixo aqui dito e assinado, com validade para os próximos trinta minutos ou mais. Ou me provam bem provado que Cavaco Silva foi apanhado em flagrante tráfico de bolos secos e alcagoitas para o Afeganistão ou então não há conversa sobre esta triste actualidade que é a nossa, não sei que diga por isso não digo, nada, zero, zip, nestum. É esta a situação, lamento informar. E mesmo que o Presidente seja apanhado com a mão na alcagoita, por assim dizer, eu cá quero primeiro saber quem foi o agente infiltrado que o denunciou à Justiça. E só, mas só mesmo só e apenas depois de ficar provado que foi a D.Maria a operacional envolvida na detenção é que me arrancarão uma opiniãozita, talvez mesmo 'zona' nessa circunstância em particular. Porque por menos do que isso já disse, leiam lá atrás que ficou escrito. Não me arrancam um pio.

26
Nov08

Bom dia. Hoje não há amigos.

Rui Vasco Neto

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