26
Jan08
Não vou, não vou, não vou. Já disse.
Rui Vasco Neto
Vá lá, meus amigos, vocês não querem mesmo repensar aquela coisa da lei do tabaco, não? Vamos conversar, ao menos. Vejam os meus argumentos, por favor, que amparam-me de negro os suportes do paraíso, toalham-se-me as ideias quando penso num mundo sem os pequenos prazeres que me fazem amar a vida.
Vem por aqui, dizem-me alguns com olhos doces, estendendo-me os braços e seguros de que seria bom se eu os ouvisse quando me dizem: 'vem por aqui'!Eu olho-os com olhos lassos, há nos meus olhos ironias e cansaços, e cruzo os braços, e nunca vou por ali... Vá, deixem-me ir por onde quero, permitam-me que siga o desejo, tirem-me o cilício que eu louvo a Deus na mesma.
Porque hei-de eu embarcar nessa aventura da simulada perfeição de um viver sem pecado só para o grande retrato de uma família feliz, não me dizem? Não, mil vezes não. Ninguém me diga 'vem por aqui', que a minha vida é um vendaval que se soltou.É uma onda que se alevantou, é um átomo a mais que se animou. Não sei por onde vou. Não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí.
(Imagem sacada ao bom gosto de João Villalobos, aqui)
Vem por aqui, dizem-me alguns com olhos doces, estendendo-me os braços e seguros de que seria bom se eu os ouvisse quando me dizem: 'vem por aqui'!Eu olho-os com olhos lassos, há nos meus olhos ironias e cansaços, e cruzo os braços, e nunca vou por ali... Vá, deixem-me ir por onde quero, permitam-me que siga o desejo, tirem-me o cilício que eu louvo a Deus na mesma.
Porque hei-de eu embarcar nessa aventura da simulada perfeição de um viver sem pecado só para o grande retrato de uma família feliz, não me dizem? Não, mil vezes não. Ninguém me diga 'vem por aqui', que a minha vida é um vendaval que se soltou.É uma onda que se alevantou, é um átomo a mais que se animou. Não sei por onde vou. Não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí.
(Imagem sacada ao bom gosto de João Villalobos, aqui)