A ópera em Portugal - Conclusão, Bibliografia (VIII)
E pronto, não há dure que sempre mal nem acabe que não se bem, enfim, mais ou menos. Chega hoje ao final a publicação deste trabalho de Daniel de Sá sobre a Ópera em Portugal, oito capítulos recheados de informação coligida e apresentada com a qualidade e rigor que vêm sendo habituais na produção literária deste meu amigo. A gerência cá da casa agradece e recomenda uma encadernação jeitosinha, para guardar na estante. E junta-se nas palminhas ao autor, bem merecidas, de resto.
Sete vidas mais uma: Daniel de Sá
Parte I : As origens da ópera
Parte II : Introdução da ópera em Portugal
Parte III : Primeiros tempos / o triunfo
Parte IV : Marcos Portugal: vida e obra
Parte V: Os Intérpretes
Parte VI : O Teatro de S.Carlos
Parte VII : Um novo estilo, Alfredo Keil
Parte VIII: Conclusão, Bibliografia
A morte de Augusto Machado anuncia o fim das grandes referências portuguesas no campo da música lírico-dramática. Mas uma das conclusões que se podem tirar desta pequena viagem pela ópera de produção nacional é a de que os nossos melhores compositores (e não apenas sob o ponto de vista da ópera mas de outras áreas da produção musical) não têm tido o reconhecimento que merecem, nem sequer no seu próprio país.
Mas há um esforço que está a ser feito destinado a ressuscitar a sua música. Curiosamente, edições actuais discográficas de partituras de alguns deles têm tido grande procura por editoras estrangeiras da especialidade, sobretudo americanas. E, em empreendimentos culturais de grande projecção, vão-se recordando obras esquecidas ou quase, como, este ano (exemplo já atrás referido), na VIII Semana de Música de Óbidos, dedicada a José Joaquim dos Santos, ou no XI Festival de Música de Alcobaça, cujo programa inclui a representação da Serrana, de Alfredo Keil.
Nota – Escrevi este texto em Maio de 2003. Como foi largamente noticiado, Emmanuel Nunes, que recebeu o Prémio Pessoa no ano 2000, apresentou já este ano a ópera Das Mädchen (A Rapariga), com libreto adaptado de um conto de Goethe. A crítica não lhe foi muito favorável, incidindo sobretudo na longa duração do espectáculo (cerca de quatro horas) e na dificuldade de interpretação, que requer grande esforço das vozes, frequentemente em registos muito agudos. A própria linguagem musical e o simbolismo das cenas parecem requerer uma capacidade de concentração dos espectadores a que a maior parte não conseguiu resistir no dia de estreia.
Principal bibliografia consultada
Herbert Kupferberg, Ópera, Editorial Verbo, Lisboa, 1978.
José Carlos Picoto, obra citada, capítulo A Ópera em Portugal.
José Costa Pereira, Vectores Culturais Portugueses de Seiscentos e Setecentos, em História de Portugal, direcção de José Hermano Saraiva, Publicações Alfa, Lisboa, 1983.
José Correia do Souto, Portugueses Ilustres, edição Lierne, Barcelos (sem data).
Enciclopédias:
Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Editorial Verbo, Lisboa.
Dicionário Enciclopédico da História de Portugal, edição de Selecções do Reader’s Digest, Lisboa, 1990.
Britannica.
Outras fontes:
Antena 2
Almanaque Abril’88, Editora Abril, São Paulo, 1987.