D. Diogo
Diz-se o meu amigo Daniel de Sá, num bilhetito singular, encantado com a descoberta que fez: «É um soneto de um autor do século XVIII, de que, por se lhe desconhecer o nome, eu assumo a responsabilidade.» Mais encantado diz ficar ainda se "isto te fizer pelo menos sorrir por dentro". Não faltou abracito, mais faltaria faltar, olha agora, homessa. Eu cá publiquei logo, nem a rogo, tanto fogo, a história de D.Diogo.
Em baixo: "D.Diogo"
Sete vidas mais uma: Daniel de Sá
Vai Diogo vergado pela idade.
Não a sua, que está no meio cento,
E para andar conserva bom alento
Qual se gozasse ainda a mocidade.
Basto suor lhe põe forte humidade
Pingando desde a testa até ao mento,
Como se até o próprio pensamento
Tivesse do suar a propriedade.
Por razões que a Diogo assim consomem,
Igual consumição sempre há-de ter
Em igual condição um qualquer homem.
Que é a mulher com quem está casado,
E que em só vê-la se há grande prazer,
Que por ser moça o traz em tal cuidado.