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Sete Vidas Como os gatos

More than meets the eye

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Sete Vidas Como os gatos

09
Ago08

O ministro da satisfação interna

Rui Vasco Neto

Já cá se esperava, isto ou algo parecido. Não perdoa, a tentação parola do populismo, demasiado forte para quem está no poder e tanto mais forte quanto mais fraco fôr o político em causa, como pessoa e como profissional de serviço público. Será o caso ou talvez não. Mas uma borla destas não se desperdiça, terá pensado Rui Pereira, obviamente feliz e realizado nesta pele de ministro bang-bang. A coisa correu bem, muito bem, não podia ter corrido melhor, parabéns, podem vir, quantos são? E vá de dizer coisas e coisas, perdendo de vista o recato e mesmo algum sentido do ridículo no vasto horizonte das suas declarações. Ou seja, babando, sem necessidade.

 

Sejamos claros. Por mais eficaz, acertada até, que possa ter sido a actuação policial em Campolide, enviar "uma palavra de vivas felicitações" com mortos incluídos é pedagogia de gosto duvidoso e resultados perigosamente incertos a médio e longo prazo. Não se trata de questionar a competência ou acerto das decisões tomadas, mas sim o não haver lugar a um único lamento em tanta festa. De circunstância, que fosse. Pseudo-educativo-cultural. Digam lá o que disserem, eu cá acho as vivas felicitações pela "competência, dedicação e heroísmo" mais adequadas à defesa da vida que ao seu abate. Dirão que neste caso se tirou vidas para salvar vidas e eu aceito, sendo assim. Mas não é por isso que vejo dignidade na dança da vitória sobre uma campa aberta, nem nisso vejo pedagogia que se aproveite. E menos ainda nesta fanfarra de caçador com que se confundem as declarações de Rui Pereira, posando satisfeito para a posteridade com o pé sobre a presa abatida. Justificar a violência extrema é uma coisa, vulgarizá-la é outra. Ódio traz ódio, é certo e sabido. E suspeito que a estupidez também se multiplica assim.

5 comentários

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    Rui Vasco Neto 10.08.2008

    daniel,
    imagina que um dos assaltantes era teu filho, diz disparates depois.
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    Saci 10.08.2008

    Eu imagino que um dos assaltantes era meu filho. Filho que não tenho e por isso o exercício é ainda mais dificil.
    E imagino-me incapaz de passar a mão pelo pêlo de quem quer que seja neste tipo de situação.
    Imagino que filho meu ou de quem quer que seja, que pega numa arma, tenta assaltar um banco e tem sangue frio para estar 8h com uma arma apontada a reféns, não está a pedir outro fim que não seja este.
    Mas imagino que o Rui em vez do GOE e de snipers preferia a Brigada dos Paninhos Quentes e do Algodão Doce.
    Mas isto sou eu a imaginar, claro.
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    Rui Vasco Neto 10.08.2008

    Exactamente, é apenas você a imaginar, coisa que tem feito de sobra neste assunto e, curiosamente, cada vez que a conversa mete fardas. Quando eu era pequenino também gostava de fazer esses truques infantis de mandar o barro à parede a ver o que acontece, se os toscos caem inteirinhos e diziam o que eu quero saber. Com o tempo fui-me deixando disso, não sem antes ter passado uma ou outra vergonha ao ser desmascarado assim.
  • Sem imagem de perfil

    Saci 10.08.2008

    Mas numa coisa tem razão. No que toca a fardas nunca tivemos nem teremos a mesma opinião.
    É que eu limito o conceito "anarquia" da porta da minha casa para dentro. Fora da porta vivo em sociedade e conheço bem as minhas obrigações, proibiçoes e deveres.
    Passei a minha infância a colorir livrinhos que nos ensinava que a policia é boa e está para nos defender dos maus.
    Cresci e tive provas que isso é verdade. Cada vez que precisei deles, apareciam e foram eficazes.
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