Reprise governamental
O senhor ministro da Administração Interna veio depressa garantir esta quinta-feira que nunca se referiu, directa ou indirectamente, ao senhor Presidente da República, ao falar da demora na aprovação da nova Lei Orgânica da GNR e rejeitou uma "clivagem" entre Governo e Chefe de Estado. Tudo isto porque, segundo Rui Pereira, Cavaco reagiu a 'notícias fantasiosas' e depois deu no que deu. Na minha humilde opinião, o senhor ministro da Administração Interna não é lá grande espingarda a dizer coisas, o que não seria dramático (apenas grave) se ele fosse um canhão a fazê-las, coisa que os disparos recentes e mesmo os catrapuns mais antigos de facto nunca fizeram prova. Com estas rajadas recentes adivinha-se que não esteja livre de algum aproveitamento, por parte de alguns dos seus opositores, (nem por isso poucochinhos) desta sua leve inaptidão, enfim, mais ou menos. Leve.
Assim, por entre a fumarada dos últimos tiros eu julgo divisar a figura de um outro grande personagem da governação socialista, não desfazendo, que viveu um enredo muito parecido antes de ser afastado das fitas pela produção. Falo de Correia de Campos, o nosso saudoso António, pese embora único e inimitável na fluência do verbo. Ou então é impressão minha, saudade, talvez. Mas palavra de honra que eu agora oiço Rui Pereira e apita-me a frase: "Eu já vi este filme!". Porque será?