Morrer de indiferença.
É notícia do 'Correio da Manhã' de hoje, em parangonas de capa: «Bébé morre em fila de Hospital». Arrepia, só o título. Mas pior é o desenvolvimento, naturalmente, os pormenores macabros que fazem a história desta morte estúpida à porta dessa coisa estranha (não menos macabra, de resto) que é o Serviço Nacional de Saúde. O caso aconteceu anteontem em Monção, Viana do Castelo, mais exactamente em plena sala de espera do Centro de Saúde local, onde se escoou o futuro de um bébé com menos de um mês de vida. Chamava-se Miguel Simão e tinha apenas 29 dias de existência. Anteontem, pelas 19h00, morreu no colo do pai quando este esperava na fila do Serviço de Urgências do Hospital de Viana do Castelo. A ira dos pais de Simão, José Miguel Cerqueira e Sónia Maria Domingues, tem como alvo uma médica do Centro de Saúde de Monção, onde o bebé esperou, com os pais, mais de três longas horas. Três horas passadas, desde que chegou até que partiu, para sempre, sem que alguém lhe tivesse dado a mínima atenção. Quem foi que disse, quem foi, que a indiferença não mata?