O mata-sete (faltam seis)
Durante a gravação de uma entrevista para a televisão, o novo presidente dos EUA viu-se incomodado por uma mosca sem valor, dessas que pousam com a mesma alegria na careca de um doutor como num discurso do Dr.Jorge Sampaio, como diria António Aleixo que eu bem o li. Pois bem, com a entrevista a decorrer Barack Obama nem pestanejou. Mandou a mosca embora uma vez, duas vezes, a mosca foi e voltou, uma vez, duas vezes. E pronto, acabou-se, não houve terceira vez que o presidente não quis permitir. Terá ficado com a mosca de repente? Talvez, não sei, o facto é que Obama ignorou por um instante o seu entrevistador, fixou o olhar concentrado no voo daquele zzzzzzz e zzzzzzzzzás, não lhe perdoou o sopapo certeiro. Acertou na mouche.
Foi estalo e queda, de resto. A mosca caiu fulminada no tapete onde ficou, com aquele arzinho de mosca morta. E a televisão mostrou ao mundo a habilidade e rapidez de Mr. President, que por seu lado se limitou a perguntar, absolutamente impassível: «Onde é que nós íamos, mesmo?». Bom, eu cá pensei duas coisitas rápidas, quase em simultâneo. A saber? Fosse a pobre mosca o Osama Bin Laden e muito teria mudado hoje em todo o mundo com esta palmadita presidencial, primeira reflexão. A segunda é mais profunda ainda, uma espécie de aposta política ou algo parecido. Vá lá, pensem comigo, all together now. E digam-me se um homem que resolve desta forma as moscas não será o homem certo para acabar de vez com a merda que as atrai, também, sim ou não?