O tele-orijornal da RTP
Sempre que posso faço questão de espreitar os telejornais da hora do almoço nos três canais, essa referência informativa que serve as peças requentadas da noite com alguma novidade do dia se não puder deixar de ser, devidamente tratada mais tarde, quando fôr noite. Essa é a tradição, que é o que era ainda e sempre, em televisão. Hoje as honras de abertura foram para a Gripe A, sessenta e dois casos confirmados em Portugal, com os meus Açores a reforçarem a sua presença no mapa desta pandemia, de forma tão significativa como preocupante.
A TVI abriu com a notícia, a SIC abriu com a notícia, a RTP abriu com Carlos Daniel a falar de um acidente de viação que tinha dois mortos e muitas imagens captadas por algum carro de reportagem que ia a passar, talvez, uns dois minutinhos de chapa retorcida e muitas manchas de sangue, só para abrir o apetite. Depois veio a gripe, claro, tudo igual aos outros daí para a frente, uma autêntica fotocópia editorial, que a imaginação continua muito, muito escassa. Mas a tradição, essa continua a ser o que era, definitivamente.