Portas, ponto e nó.
Pois, aconteceu exactamente aquilo que eu previa, nem mais nem menos: no prime time da entrevista ao gato fedorento, Paulo Portas teve esta noite o grande momento da sua campanha, quiçá da sua presente circunstância política, aproveitando uma oportunidade que mais parece ter sido feita para si, criada à sua medida e logo à partida beneficiando da insuspeita boleia do tratamento igual para todos os candidatos. Só que Portas não é Manuela, tão pouco Jerónimo, Louçã ou mesmo Sócrates, Portas é Portas, o mestre, iluminado, aquele que domina como poucos a arte da comunicação com especialização crescente em todo-o-terreno e circunstâncias radicais. E isto é um facto. Goste-se ou não do homem, Paulo Portas é um comunicador genial. O que aconteceu esta noite na SIC foi um delírio de taco-a-taco, um grande momento de televisão inteligente, coisa rara nos dias que correm. Ricardo Araújo Pereira foi o compére perfeito de quem fez o mesmo por ele com competência e génio, logo o resultado só podia ter sido o que foi: o espectáculo da inteligência num grande, grande momento de televisão. Que vai valer muitos votos a Paulo Portas, claro, que esse não dá ponto sem nó.