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Sete Vidas Como os gatos

More than meets the eye

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Sete Vidas Como os gatos

04
Jul08

Monotonia

Rui Vasco Neto

Uma bela cavaqueira entre Daniel de Sá e Samuel, do 'Cantigueiro', neste post, derivou para uma meia tertúlia poética, com Daniel a responder a uns versos de Ary dos Santos, citados por Samuel, com esta sua 'Monotonia', dos idos 70: «Estes obviamente não são do Ary. Nem como os do Ary. Por isso retirei do mercado e da minha bibliografia o livrito em que os incluí, publicado em 1979. Chamava-se "Em nome do povo. Amen".» Depois para mim, em recado privado: «Desses poemas (25) fazia parte um, o chamado mesmo "Em nome do povo. Amen", que tem a seguinte passagem: "E houve a sublime certeza/ de que é o povo quem manda/ sem clero nem nobreza./ Mas é com estes ainda que tudo anda." Por incrível que pareça, esse poema e outro ("Nas margens do rio Lento") foram publicados no "Correio do Minho", de direita, e na "Resistência", revista quase ultramontana. E, por causa deles, o Amândio César, que fora o escritor oficioso do regime, ficou muito meu amigo.». Eu, que assistia sem pio da galeria, achei por bem deixar o paleio onde está, mas puxar a poesia cá para cima, para o salão nobre, sempre se está mais confortável. E lê-se melhor, assim.

 

Em baixo: "Monotonia"
Sete vidas mais uma: Daniel de Sá

 

 

Toma a viola o cantor
e canta o povo que sofre.
A palavra do doutor
defende o povo que sofre.
A pena do jornalista
louva esse povo que sofre.
Nas luzes do palco, o artista
Finge que é povo e que sofre.
Nos comícios da ilusão,
bendiz-ae o povo que sofre.
Os maiorais da nação
pensam no povo que sofre.
A poesia do poeta
é pelo povo que sofre.
A riqueza libertada
é para o povo que sofre.
Que a nação só é completa
com todo o povo que sofre.
E o povo, tomando a enxada,
cavando, calado, sofre.

 

(in 'Em nome do povo. Amen.', Poemas, Ed. 1979)

04
Jul08

Bom dia. Hoje eu vejo a águia em fúria a bicar no chefe.

Rui Vasco Neto
03
Jul08

Luzes, Câmera, Acção. Take Dois.

Rui Vasco Neto

 

 

«Quem estiver com atenção terá notado a diferença como a imagem do “Engenheiro d’oiro” tem sido vendido nas televisões nestes últimos dias. Surge em todo o lado, sempre sorridente, sempre preocupado com os portugueses mais pobres, muita gente foi chamada para aparecer a elogia-lo, como aconteceu no lançamento da Biografia do “Menino de Ouro do PS”, dá entrevistas para dar “boas noticias aos portugueses”. Até teve uns tiros para o telhado para a comunicação social poder fazer mais um folhetim. Podíamos pensar que era a reacção à nova liderança da Manuela Ferreira Leite, mas não me parece. As últimas sondagens conhecidas dão que o PS já só tem pouco mais de um por cento de vantagem sobre o PSD, mas não provocada por uma subida deste partido, mas sim dos partidos ditos mais à esquerda. PCP e BE juntos já se aproximam dos 25% e isso é considerado um perigo para o país. De tanto se chegar à direita, o PS deixou de cumprir a sua obrigação de ser o tampão e limitar a votação desses dois partidos. Foi lançado o alarme, (há algum tempo que os comentadores do regime falavam desse perigo), e dada a ordem de “melhorar a imagem social do Engenheiro”. Falta saber qual a margem de manobra que ainda lhes resta para recuperar votos à esquerda sem que isso transfira muitos votos da sua direita para o PSD. O Engenheiro está a ficar entalado é necessário redesenhá-lo aos olhos do público. Vão os portugueses voltar a cair nas histórias desta gente?» 

 

(título original:"Redesenhado", um 'boneco' brilhante, como sempre, desta vez servido com um ponto de vista, uma leitura possível, a merecer alguma reflexão, pelo menos; tudo sacado daqui, com a devida vénia) 

 

03
Jul08

Bom dia. Hoje eu acho que o Fernando sabia coisas.

Rui Vasco Neto
02
Jul08

Carta a um merdas qualquer

Rui Vasco Neto

Meu merdas, de que te queixas?

Porque vives a carpir,
dia a dia, hora a hora,
da sina, dizes tu, triste
que te calhou ter em sorte?
Ai, que é triste, ui, tão triste...
Será triste porque deixas,
não me queiras iludir
que o meu coração não chora
por menos que a própria morte.
 
Vê lá como as coisas são:
deu-te Deus força e talento,
fez-te assim, um tal portento
que os outros vêem, tu não,
meu merdas, que não tens tino!
Por que raio esperas tu?
Talvez que te saia do cu
o teu bem guardado destino...
Ou então que seja o mundo
a escrever as tuas deixas,
que lerás de trás para a frente
armado em original,
o um entre toda a gente...
Patético vagabundo,
não vais a bem nem a mal,
meu merdas, de que te queixas?
 
Perdoa se te magoo.
Não é por mal, bem o sabes,
mas não é porque te doo
que vou deixar que me enrabes
com essa tanga do triste.
Triste uma porra, qual triste!
Amigo: o amor existe,
só não vai buscar-te a casa,
puxar, arrastar-te a asa,
arrancar-te desse ninho
que fizeste nos teus medos
e onde te escondes, sozinho...
Anda, não tens mais segredos
para quem te lê na alma
como em qualquer livro aberto.
Aceita isto com calma:
para homem de mil enredos,
nem sequer és muito esperto.
 
Tens erros de avaliação
que não lembram ao diabo:
dizes sim quando era não,
assim quando era assado,
fazes trinta numa linha
e das linhas trinta e um.
Não tens critério nenhum
quando era suposto ter.
Eu cá insisto na minha:
não tens jeito para viver.
São tantas as portas que fechas
com voltas na fechadura,
meu merdas, de que te queixas?
Só pode ser da fartura.
 
Amigo: mais não chateio.
Este vai-se como veio,
sem pecado original.
Não quis dizer de ti mal,
penso de ti o melhor,
(enfim, o melhor que posso
atendendo às circunstâncias)
o que não é mau; afinal
(fica um segredo só nosso)
na escala das importâncias
convirás que não me deixas
grande margem de manobra:
pões primeiro o teu pior,
só depois lá mostras obra...
Meu merdas, de que te queixas?
Estuga o passo, faz-te à vida,
(tenta a conta e a medida,
há quem diga que resulta…)
caga quando alguém te insulta,
fica na tua e trabalha.
E não me fodas: tens sorte
não te ter escolhido a morte,
ainda. Que essa não falha.

 

02
Jul08

Bom dia. Hoje eu também acho, pois claro, é evidente, está certo.

Rui Vasco Neto
01
Jul08

Conversa de urinol, filosofia de ponta.

Rui Vasco Neto

São dois poços de surpresas, duas profilaxias contra o bocejo, cada uma no seu género, evidentemente. Uma é o Google, esse endereço milagroso dos tempos modernos, onde se encontra tudo e mais alguma coisa com a particularidade de não ser preciso sequer procurar, no mais das vezes. A gente vai em busca de alhos e eis que nos saltam também bugalhos, só para o caso de podermos estar interessados. Foi assim que tropecei neste texto, filho do segundo poço de surpresas a que me referia lá atrás: o meu amigo sharky. «De cada vez que encalho na escolha do tema para uma posta acabo por dar comigo a estudar as tendências do momento nos outros blogues, precisamente para as evitar e assim reduzir o leque das minhas opções», conta-nos o tubarão no início desta prosa mirambolante (com o seu quê de brilhantismo), datada de 25 de Outubro de 2006 e dedicada a esse velho mistério masculino vulgarmente chamado 'tesão do mijo'. Porém, cauteloso com as sensibilidades alheias, o autor deu-lhe o singelo nome de 'A erecção da urina'. Enfim. Eu cá li tudo, interessado, e de ponta a ponta, passe a expressão. No final não resisti a cortar um pedacinho para exibir aqui. É este saboroso naco que se segue. Leiam, por favor. Sopesem os argumentos, avaliem o raciocínio, ponderem bem as conclusões que resultam deste exercício de escriba esforçado. E, de uma vez por todas, percebam como é duro e difícil para um criativo ganhar a vida. 'A erecção da urina'??! Pelo amor de Deus!!! Importa-se de repetir? 

 

 

Tesão do mijo não é uma expressão agradável e o seu uso é desaconselhável diante de gente sem poder de encaixe para o vernáculo. Contudo, trata-se de um recurso excelente para identificar uma actuação concreta (ou a sua ausência) por parte de alguém.


De acordo com a minha interpretação pessoal, a tesão do mijo (em sentido literal) é uma erecção involuntária associada à vontade de fazer uma mijinha. Ou seja, um tipo acorda de manhã à rasquinha para ir ao wc e em simultâneo descobre-se numa condição que, para muitos, raramente se verifica.
 

O problema dessa tesão em particular é que costuma terminar mal um tipo suspira de alívio, antes mesmo de fechar a tampa da sanita para evitar chatices com a “patroa”.

 

E é neste cariz temporário e associado a uma vontade que não a indicada pelo aumento da volumetria que reside a ideia da coisa. A tesão do mijo (em sentido lato) consiste num entusiasmo visível mas passageiro e manifestamente enganador (devido às expectativas frustradas). (...)

 

Assim sendo, a tesão do mijo costuma implicar uma conotação pejorativa para quem a exibe e pode até constituir um mote para a galhofa relativamente à pessoa visada. O humor da situação (que em determinadas circunstâncias pode não ter piada alguma) passa pelos contornos efémeros do tal entusiasmo e que o transformam num embuste para quem leve a sério o sinal transmitido por essa manifestação anatómica ou a sua versão idiomática.


Talvez derivado a esta expressão, costuma dizer-se por paródia que quando um tipo é jovem mija para o tecto e depois de velho já só molha as pantufas (um exagero, pois qualquer jovem atesoado sabe que nessas circunstâncias um gajo não tem outra hipótese senão substituir a posição vertical do corpo pela oblíqua, sobretudo se o alvo for uma sanita e não um urinol).

 

(excerto do post 'NOVO DICIOSHARK: A ERECÇÃO DA URINA', para ler na íntegra aqui)

 

01
Jul08

Histórias banais de um Deus misericordioso

Rui Vasco Neto

Não é que eu não tente, sequer. As coisas não são bem assim, vejamos. Eu juro que faço um esforço danado para entender, que procuro mil e uma explicações razoáveis antes de me entregar a um desespero impotente, nesta ignorância que me aflige mais do que tudo o resto. Tem que ser assim porquê? Procuro, preciso, impõe-se uma razão. Pois se é certo que a razão é característica da condição humana, não é menos certo que ela é também o princípio ou fundamento que faz as coisas acontecerem como acontecem. Tem que haver uma razão, diz a gente, aparvalhada, sempre que não encontra uma e à beira de perder aquela que supostamente nos resta. Tem que haver uma razão.

 

Uma criança de dois anos e meio morreu asfixiada com um pedaço de salsicha que retirou do prato dos pais, domingo, à hora de jantar, num restaurante do Marco de Canaveses. O trágico incidente aconteceu pelas 19.30 horas, no restaurante Silva. Roberto Teixeira e Cristina Silva, ambos na casa dos 30 anos, residentes em S. Martinho de Recesinhos, Penafiel, e o filho, o pequeno Roberto Santiago, de dois anos e meio, foram jantar ao concelho vizinho do Marco de Canaveses. "Parece que o menino gostava muito de salsichas. O pai ainda chegou a dizer-lhe que a comida não era para ele, mas o bebé pegou num bocadinho de salsicha e meteu-a à boca", explicou, ao JN, Helena Silva, proprietária do restaurante, ainda incrédula com o sucedido. "Ao vermos o menino aflito, liguei para o 112, deram-nos instruções para o fazer tossir, mas quando cheguei cá fora o pai do bebé já tinha arrancado com ele para o Hospital", acrescentou. "Foram momentos dramáticos. Toda a gente se levantou das mesas para tentar ajudar, mas foi em vão". O médico de serviço nas urgências confirmaria o óbito, presumivelmente por asfixia.

O funeral do menino, filho único do jovem casal, realiza-se, hoje, às 9 horas.

 

Não é que eu não tente, sequer. As coisas não são bem assim, vejamos. Eu juro que faço um esforço danado para entender, que procuro mil e uma explicações razoáveis antes de me entregar a um desespero impotente, nesta ignorância que me aflige mais do que tudo o resto. Tem que ser assim porquê? Procuro, preciso, impõe-se uma razão. Pois se é certo que a razão é característica da condição humana, não é menos certo que ela é também o princípio ou fundamento que faz as coisas acontecerem como acontecem. Tem que haver uma razão, diz a gente, aparvalhada, sempre que não encontra uma e à beira de perder aquela que supostamente nos resta. Tem que haver uma razão. 

Alguém me diz onde está a razão desta história? Por favor?

 

01
Jul08

Saudinha e tufa, seja pelas almas.

Rui Vasco Neto

Notícia do dia: 'o primeiro dia de Julho vai trazer mudanças no dia-a-dia dos portugueses', garante a SIC em manchete. Pfff. E nem todas são para melhor, também há más notícias, diz. Hum… Fui ler. Aparentemente confirma-se que temos boas notícias para alegrar o coração nacional, dorido do Euro: o IVA vai baixar, Yuppiii!! É verdade, um por cento, passa de 21 para 20. Enfim, ok, pronto, é certo que na prática quase não se vai notar a descida. E muitas empresas já avisaram que vão manter os preços como estão. Mas hipermercados, redes de telemóveis e os sectores de alimentação e bebidas dizem que vão baixar o imposto, e isso sempre há-de contar, não? Espera-se que sim.

 

Também o abono de família vai aumentar, 25% para o 1º e 2º escalões. Duplo Yuppiii!!, que aqui serão 900 mil pessoas a beneficiar do aumento. O gás baixa, dizem, 1,2%, mas não se sabe bem é onde, já que os valores não são iguais em todo o país. Vai ser assim tipo ‘à vontade do freguês’, só que o freguês é o mexilhão, se é que me faço entender. Enfim, o costume, em cavalo dado não se esperam implantes dentários. Mas há mais. Os prédios novos são a partir de agora obrigados a ter painéis solares ‘para melhorar o desempenho energético’, para grande alegria de todo o país, inclusive daqueles que vivem (e vão morrer) nos nossos bairros muito muito típicos, dentro de casas muito muito a cair. Mesmo. Ficámos todos muito felizes pelos painéis solares. E para acabar o parágrafo do nosso contentamento, o Estado põe um ponto final na cobrança de taxas de contadores para os serviços públicos essenciais, caso da água, electricidade e gás natural. Triplo Yuppii!!! e acabou-se, temos pena. Já está. Façam pois agora vexas o favor de se sentarem, que vamos então às más notícias. Tenham paciência, haja saudinha e tudo se resolve.

 

A primeira má notícia é sobre uma das boas notícias, aquela última: “acabam as taxas de contadores”. Pois é, de facto acabam, mas a má notícia é que “há muitas câmaras municipais que criaram novas taxas, de forma a compensar a perda de receita”, complementa a informação. Ou seja: tufa. Mas é um tufazito de nada, quando comparado com o aumento dos bilhetes dos transportes públicos, que vão ficar mais caros em 5,83%. Esse sim: é um senhor tufa, para quem depende dos transportes no seu dia-a-dia. À guisa de pomadinha para a nódoa negra, por decisão do Governo os passes sociais em Lisboa e  Porto vão continuar na mesma, até ao final do ano. Pronto, vá lá, pronto. Sempre alivia um nadita e a gente acaba por se esquecer. É como tudo na vida. É preciso é ter paciência, haja saudinha e tudo tem solução.

 

Dizem que Deus, quando fecha uma porta, abre sempre uma janela para nossa alternativa. E a nós, portugueses, vale-nos ser, para nosso descanso e conforto espiritual, um país de católicos, se não um país católico. Seja lá qual for o aperto circunstancial da nação, da nossa bolsa escorrem sempre as moedinhas para a caixa das aflições ao cuidado da Santa Igreja. Nela confiamos o nosso maior desamparo, para que nos guie na dúvida, tudo sem dúvida. Um verdadeiro luxo, neste tempo de fracos valores, cinismo e materialismo, onde já pouco é sagrado e tudo tem um preço marcado para troca; quem não paga não troca e ponto final. Daí o embaraço que sinto com esta que é a última das más notícias, segundo a SIC e a sua anunciada mudança nacional de 1 de Julho. Reza assim, passe o termo: O preço das missas também aumenta em muitas dioceses, uma subida de 33%. Cada missa passa a custar dez euros, mais 2,5 euros.  Um tintário, 30 missas seguidas, passa a custar 350 euros.” Tufa, indubitavelmente, com todas as letras. Um tufa e pêras, aliás.

 

Eu sei que a vida está pela hora da morte, e coiso e tal, e tal e coiso, e pronto, é a vida, e pronto e coiso. Eu sei essa parte toda, de trás para a frente, aprendo-a de cor todos os dias, em cada passo que dou por este meu país mais teso que corda de sino, sempre com uma tanga nova para fintar a conta e quem a traz. Também eu sei que ‘há mais que uma maneira de fazer pela vida’, já o dizia o poeta. Essa parte eu já conheço, gostava de perceber era outra coisa, e outra ainda, e mais um par delas, relacionadas. Coisas do amor e da solidariedade, velhos estribilhos de sabedoria, dúvidas de filho para Pai, com todo o respeito. No fundo é a tal lógica da pomada, só que aplicada numa outra dimensão. Beliscos de fé, coisitas de nada, meu tudo, apenas. Mas falta-me a quem pergunte e sobram-me medos vários, tantos quantas as respostas possíveis às questões que trago sem elas, aqui, dentro do peito. Se calhar há palavras que devem ficar por dizer, às vezes. Por isso talvez não seja boa ideia fazer muitas perguntas, talvez um outro dia, quem sabe. É preciso é ter saudinha, muita saudinha é que é preciso. Que o resto, olhem: assim com’assim, que seja pelas almas. Tufa, seja; pelas almas.

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