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Cada vez que vejo noticiada a apreensão de uns quantos quilos de droga eu confesso que não consigo deixar de pensar em quantos mais terão passado por detectar, o raciocínio é automático. É sabido ser assim que o negócio funciona, é sabidíssimo fazer parte da contabilidade esta vulgar parcela das 'perdas desconhecidas'. Ora todos os profissionais cuidarão da sua contabilidade, presume-se. Por isso eu cada vez que vejo noticiada a apreensão de uns quantos quilos de droga não consigo deixar de pensar em quantos mais terão passado por detectar, o raciocínio é automático.
Só que hoje o que foi noticiado foi a condenação de Ana Paula Matos, ex-Inspectora Coordenadora da droga na Polícia Judiciária, a sete anos e meio de cadeia por desvio de dinheiro apreendido a traficantes de droga, tendo o tribunal dado como provado que 'a arguida se apropriou de um total de 96.325 euros resultantes de quatro apreensões, de 890, 1500, 7450 e 86.485 euros'. Eu cá fico a pensar na tal contabilidade, na tal parcela das 'perdas desconhecidas' e na imensa dinheirama aqui envolvida, entre outras coisas, tais como agulhas e palheiros, negócios e profissionais, cautelas e azares. E confesso que não consigo evitar o mesmo raciocínio, sem maldade, quase automático: quantos mais terão passado por detectar, euros e casos? Tenho esta dúvida, atroz. Será descabido?
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