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Sete Vidas Como os gatos

More than meets the eye

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Sete Vidas Como os gatos

18
Jul12

Abençoados 94, Madiba!

Rui Vasco Neto

nelson mandela

"Milhões de sul-africanos celebraram hoje o 94.º aniversário de Nelson Mandela fazendo trabalho comunitário, como construção de casas para sem abrigo ou tarefas diárias em infantários e lares de idosos para os mais desfavorecidos. De norte a sul do "país do arco-íris", brancos e negros viveram um dia intenso de solidariedade social, seguindo à risca a herança do primeiro presidente negro da sua história. Em todas as escolas do país, 12 milhões de alunos e alunas cantaram os "parabéns a você" exactamente às 08h00 (07h00 em Lisboa) e em muitas empresas a cena repetiu-se no início do dia de trabalho."

 

(fonte: Lusa)

 

03
Dez11

Não vás as mar, Tòino... Não vás ao mar, Tereskov Yadyslav...

Rui Vasco Neto

Em Caxinas a morte foi hoje batida por seis a zero, num desafio emocionante transmitido em direto pela televisão. Primeiro um naufrágio, depois sessenta horas perdidos no mar, seis vidas à deriva no capricho das àguas, numa pequena balsa, nas mãos de Deus. E depois o fim, mas feliz. Desta vez feliz. «'O Senhor chamou todos para irem para a beira d'Ele', foi logo o que pensámos», diz uma das mulheres de Caxinas na hora do milagre. a fazer recordar outras mulheres nas palavras de Chico Buarque... 'mirem e sigam o exemplo dessas mulheres de Atenas, sofrem pelos seus maridos, bravos guerreiros de Atenas'... Com voz tremida diz outra, já no autocarro de regresso a casa e com o marido ao lado: «Obrigado nosso Senhor que me destes o meu homem de volta, querido Senhor..» É Portugal profundo, o tal país, o nosso país que ajoelha para celebrar a gratidão e vai tangendo o seu fado mais alegre, tocado numa das suas cordas mais sensíveis: a alma de homens do mar. Nada mais nosso, marinheiro, nada mais português.

 

Portugal acompanhou pela televisão a tragédia que podia ter acontecido. Foi assim que fomos aos poucos tomando consciência da imensa dádiva destas seis vidas, que fomos passando de leve pela noção da possibilidade milagrosa. De como poderia não ter sido assim, como podia ter acabado diferente, mais igual ao que é costume, esta história tantas vezes já ouvida e cantada em português. Não vás ao mar, Toino... Foi um barco de pesca que naufragou e desapareceu nas águas, e com ele desapareceram os seus pescadores, seis homens... um dia e nada, dois dias e nada, três dias e de repente, hoje a meio da manhã, depois de sessenta horas à deriva, no mar e na esperança, os seis homens foram encontrados e resgatados com vida. Fim. E um final feliz, para variar.

 

Portugal tem por isso razões para sorrir, hoje. Para rir e para chorar de alegria e para cantar o seu fado, agora de esperança renovada nessa benção divina que nos protege quando partimos para o mar, queremos muito acreditar. Hoje a coisa correu bem, muito bem mesmo. É que foi um dia e nada, dois dias e nada, três dias e de repente, hoje a meio da manhã, depois de sessenta horas à deriva, no mar e na esperança, os nossos seis pescadores foram encontrados e resgatados com vida, o país acompanhou pela televisão a tragédia que podia ter acontecido e teve a prova de vida dos nossos homens em direto e pela voz de um deles, o primeiro pescador a ser ouvido sobre o que aconteceu. 'Estamos todos vivinhos', disse ele, emocionado. E eu ouvi com igual emoção, senti o alívio genuíno na voz daquele homem resgatado à morte dos homens do mar, fixei a expressão do seu rosto que era o rosto do naufrágio do 'Virgem do Sameiro', pescadores de Caxinas, gente da minha terra. Este chamava-se Tereskov Yadyslav, os outros não fixei. Ligo pouco a nomes se há vidas em risco, mas sinceramente prefiro Tòinos. São mais fado. 

22
Nov11

Ofertas FNAC: pare, escute e olhe.

Rui Vasco Neto

N'A Barbearia pode e deve ler-se esta experiência do Luís Novaes Tito, contada pelo próprio com um rigor factual constatável, logo incontestável. O post em questão data de 26 de Outubro, tem volta à carga a 7 de Novembro e até hoje nada, nem uma carta, nem um postal, nem uma explicação, nem uma solução. Com o Natal à porta torna-se cada vez mais uma leitura oportuna, para não dizer obrigatória, especialmente aconselhada aos incautos que somos todos nós. E um aviso importante a pedir consequência para que a expressão 'defesa do consumidor' queira de facto dizer alguma coisa e não passe de um mero tique de modernidade no marketing sempre igual do vale tudo.

 

20
Nov11

Reflexão de domingo, pergunta do dia, conversa de café.

Rui Vasco Neto

Notícia:

«Assunção Esteves não tem ordenado pois optou por reforma de 7 mil euros»

 

Esta notícia é notícia.

Esta notícia reporta informação que tem relevância, importância e oportunidade. 

Esta notícia reporta factos para lá do facto que faz a notícia e todos eles se justificam, à luz de qualquer critério editorial de qualquer editor competente, que sejam levados ao conhecimento do público. 

Esta notícia está redigida e apresentada de forma correta, objectiva, informativa.

É uma notícia que é o que é, é o que diz, vale o que vale.

Tudo nela é verdade, tudo o que reporta é correto e legal. 

Esta notícia é apenas mais uma notícia.

 

Porque nos choca, então?

O que tanto poderá indignar e revoltar Portugal quando ler esta notícia?

18
Nov11

É preciso é calma, já se sabe. E estudos, ajuda muito.

Rui Vasco Neto

Confirma-se: hoje é uma sexta feira dezoito e não treze, por isso atenção, não vale gritar azar às notícias do dia que não cola nesta circunstância e que também dificilmente colaria noutra circunstância qualquer, convenhamos. Assim, o grosso da informação que hoje resume a actualidade das escandaleiras várias que fazem o grande escândalo que somos por estes dias não é mais que Portugal a ser Portugal  -  essa sim, a nossa crise maior. Só que desta vez é um Portugal particularmente sofrido e magoado quem reage, um país zangado e dorido, troikado e mal pago, sedento de uma justiça popular que fosse passível de ser aplicada a eito e num estilo doa a quem doer' desde que num 'deles' e não apenas em mais um dos do costume. Estes alegadamente culpados que hoje vão a julgamento servem por isso muito bem para começar, na rua o que se ouve é já que este e aquele têm pinta de culpado e tudo, o que sempre ajuda, melhor ainda, mas se fossem outros também serviriam, teriam que servir que a gente já não aguenta mais tanto agravo sem resposta, tanta penalização sem culpa correspondente e ainda esta espécie de greve de lixo que sobra sempre para os de sempre, hoje como ontem, hoje como sempre. O facto é que Portugal está a rebentar de indignação debaixo da tampa, que tarda a saltar, felizmente. Felizmente? Bom, ter sido um dos 'eles' veio mesmo a calhar, a uns e a outros, cai que nem ginjas por cair com tamanho estrondo, o que já alivia parte da raiva de uns e sempre desvia um pouco o olhar posto fixo nos outros, com uma folga tão mínima que mal se dá pela sua existência no fragor da contenda. O que nos traz de regresso às notícias do dia.

Duarte Lima é hoje o Carlos Cruz de serviço para os lados da Gomes Freire e do Campus de Justiça, a ele ninguém tira o prime time da atenção nacional em todos os telejornais. Ninguém quer perder os pormenores mais gulosos, viste o carro da PJ? E a cara dele, viste? Então e a casa na Quinta do Lago, só aqueles portões, aquele jardim... Seis milhões de euros, ouvi eu, vê lá tu! É certo que ainda faltam falar o Cláudio Ramos e a Cinha Jardim, falta saber o que pensam a Maya, a Júlia e o Goucha, naturalmente, mas mesmo assim eu arrisco acreditar que o ex-deputado seja o culpado preferido dos portugueses, que juntam Rosalina e BPN no mesmo embrulho para não perder tempo com ninharias e ver a coisa resolvida. Mas hoje em Aveiro há mais, mais apelidos sonantes naqueles bancos de tribunal e ainda um brinde, promessa de melhor à espreita no fel da nação; pois que se é certo que José Penedo e Manuel Godinho serão as figuras do dia em tribunal, não é menos verdade que as escutas feitas a José Sócrates são simultâneamente cenoura de engodo e cereja de sobremesa, se calhar cair deste bolo repleto de fruta grada e suculenta, alguma podre para uns por isto, para outros por aquilo e para todos porque outros já nos foram ao bolso neste Natal deixando garantia de que váo passar a aparecer mais vezes e com factura em dobro  -  tudo regular, legal e habitual. Alguém tem que pagar por tanto sofrimento e tanto sacrifício. E quantos mais melhor, caramba, mais alivia. Zangados estamos todos, os que protestam e gritam e os que pagam e calam, por uma questão de educação, afinal há que ter maneiras, é preciso é calma, ou por pura cobardia, o que é preciso é calma, agora e sempre haja respeito. Eles é que mandam, a gente é mais para obedecer e comentar no café. E tudo passa, vão ver, tudo passará. No fundo cá se vai andando na graça de Deus, lá vai dando para o tabaco e para regar a salada, tudo se cria, melhores tempos virão. O que é preciso é calma, tudo se resolve.

 

Eu é que ando para aqui a pensar há uns tempos, mais ou menos desde a recente coelhada fatal, a dos passos da crise, aquela dos impostos e dos subsídios e das borlas laborais e da dignidade nacional... É mais ou menos daí para cá que se me instalou esta dúvida histórica para a qual a minha ignorância não tem resposta que me elucide de vez. Ora digam-me, no antigamente, no tempo do pau e espada ou antes ou depois, assim exactamente como é que começavam as revoluções? Quando é que o povo se atrevia ao 'não'? Quanto aguentava sofrer até explodir, no limite do limite dos seus limites? Quanto era preciso engolir e sofrer até o povo rebentar, já feito em pedaços? Quanto tempo, mais ou menos? Quanta humilhação, já agora? Ignorância, é o que eu digo, ou eu próprio saberia a resposta, quem sabe senti-la-ia até, já, na pele. Lá diz o outro, pendurado pelos suspensórios num armazém até ao Verão. Pois, se eu tivesse estudado...

13
Out11

A questão

Rui Vasco Neto

Portugal perdeu com a Dinamarca, ontem à noite. Falo da selecção portuguesa, da equipa que nos representa a todos e à alma lusitana, juntos a suar aquela camisola que nos destaca no mappa mundi do futebol de alta competição. Destaque de equipa, naturalmente, já que em termos individuais é o que se sabe, não são poucos os portugueses mundialmente reconhecidos como excepcionais na prática deste desporto que dizem rei e alucina milhões. São os nossos craques, as nossas estrelas emigrantes que ontem passaram cá por casa e vestiram as cores nacionais mas nem por isso nos salvaram dos dois quase secos que estávamos a embuchar até que um pingo de Ronaldo marcou a diferença com uma gota de génio, um golaço feito lágrima solitária sobre o que podia ter sido mas não foi, não chegou a ser, temos pena. Não aconteceu. E assim Portugal perdeu, dirão os títulos do que ficar escrito. Entretanto o Presidente da República promulgou a redução das compensações por despedimento para novos contratos de trabalho, o Primeiro Ministro prepara o país para o Orçamento de Estado para 2012, o Governo prepara novos cortes salariais para a função pública e é também anunciada a exclusão das despesas com a habitação nas deduções do IRS, entre muitas outras medidas de uma austeridade justificada pelo rigor e contenção que fomos todos forçados a assumir como obrigação nacional, face às circunstâncias do momento. Enfim, quase todos, que hoje também é notícia a incrível descoberta da remuneração ilegal de dois destacados membros deste Governo com 1.150 euros mensais de subsídio de alojamento, apesar de serem ambos possuidores de casa própria na capital. Ou seja, no geral é mais do mesmo: é Portugal a perder. Mas sabem, já nem é a questão dos números da derrota, ou das derrotas, que merece sequer a tinta do que aqui escrevo na ressaca de tanta marretada. A questão é outra, digo eu. Qual, alguém tem ideia?

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