![]()
A história do assalto ao banco em Vila do Conde é uma aventura e tanto. Um homem assalta um banco, a polícia chega, isola o perímetro, faz cordão, cerca o banco e durante três horas encurrala o assaltante que tem consigo as duas funcionárias que faltam. Há rádios e televisões em directo e a notícia é abertura de noticiários toda a tarde, deste dia que começou com outro assalto a outro banco em Moscavide. A tensão é enorme. Três horas depois as duas funcionárias saem da casa de banho onde estavam escondidas e a polícia sacode o saco dos gambozinos sem encontrar o larápio, que não aparece nem debaixo dos tapetes. Ninguém sabe nem quando, nem por onde o assaltante fugiu, se fugiu, quem é ou onde está. Ninguém sabe nada. A polícia guarda as pistolas e os atiradores especiais recolhem de fininho ao quartel. A gargalhada final, sonora e repicada, só chega com as declarações do Intendente Teles da PSP do Porto à comunicação social, como é da praxe. «
A polícia conseguiu evitar o assalto», garante aquela autoridade à RTP, com voz segura e expressão convicta. Com aquela cara, sabem como é. Aquela cara que toda a gente põe quando finalmente descobre que não há gambozinos para pôr no saco.